Direitos autorais de música atingem valor recorde

Redação 89

Direitos autorais de música atingem valor recorde Imagem: Alex Shuper (via Unsplash)

Os direitos autorais globais de música atingiram um valor recorde de US$ 45,5 bilhões em 2023, representando um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Este crescimento contínuo, segundo destaca o site da Billboard, reflete uma evolução significativa desde 2014, quando o economista Will Page estimou o mercado em US$ 25 bilhões. O aumento foi impulsionado, em grande parte, pelo crescimento de 21% nas receitas das gravadoras, lideradas por streaming, vendas físicas e o renascimento do vinil, que deve ultrapassar os CDs em breve. As receitas do vinil, por exemplo, cresceram 15,4%, com projeções de atingir US$ 3 bilhões até 2028.

As organizações de gestão coletiva (CMOs) também tiveram um bom desempenho, arrecadando US$ 12,9 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Essas receitas agora vêm mais de apresentações ao vivo e coleções digitais do que de transmissões tradicionais, refletindo a transição para o streaming como principal fonte de receita. Os editores, por sua vez, aumentaram sua participação no mercado ao priorizar o licenciamento direto, permitindo retornos mais rápidos e eficientes em comparação com a distribuição via CMOs.

A pandemia acelerou mudanças no mercado, consolidando a música como uma indústria mais robusta que o cinema. Em 2023, a música superou o cinema em 38%, um avanço notável comparado à situação pré-pandemia. Enquanto o mercado musical cresceu 44% nos últimos quatro anos, o cinema encolheu 21%, destacando diferenças fundamentais: a música é avaliada pela receita de direitos autorais, enquanto o cinema é medido pelo gasto do consumidor.

A globalização tem sido um motor crucial para o crescimento da indústria, com mercados ocidentais de alta receita beneficiando artistas de regiões como América Latina e Ásia. No caso de artistas colombianos e mexicanos, suas receitas de streaming nos EUA foram substancialmente maiores do que nos mercados locais. Isso demonstra o impacto de plataformas globais de streaming em alavancar a música “glocal”, que combina raízes locais com alcance global.

O relatório de Page destaca como a música está se tornando um setor ainda mais dinâmico e interconectado. Enquanto as grandes gravadoras exploram mercados emergentes, a ameaça da inteligência artificial e outras mudanças tecnológicas desafiam o modelo tradicional. Para o futuro, a indústria deve continuar a inovar, aproveitando novas oportunidades globais sem perder de vista as particularidades regionais.



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