Revolução criativa: 2024 registra mais lançamentos musicais diários do que todo ano de 1989
A revolução da música independente está a todo vapor! De acordo com um relatório divulgado pelo MusicRadar, mais músicas estão sendo lançadas em um único dia de 2024 do que durante todo o ano de 1989. O economista Will Page, ex-chefão do Spotify, explica: “Hoje, mais artistas estão produzindo música por conta própria, o que também está alimentando uma alta na demanda por softwares de produção.”
Com tecnologia acessível e distribuição simplificada, nunca foi tão fácil criar, gravar e compartilhar uma canção. E os números provam isso: só em 2023, 76 milhões de pessoas em todo o mundo se identificavam como criadores de música — um aumento de 12% em relação ao ano anterior. E não para por aí: até 2030, a previsão é que esse número quase triplique, alcançando algo na casa dos 200 milhões.
Mas nem tudo é festa. Apesar da liberdade criativa e da independência que os artistas têm conquistado, o custo disso pesa no bolso. Com plataformas de streaming pagando microreceitas e ferramentas de produção adotando modelos de assinatura, músicos estão carregando uma parte maior dos custos enquanto enfrentam uma receita reduzida. Steve Heithecker, do Pyramind Institute, alerta: “A receita recorrente é o novo ouro das empresas de software, mas para os músicos, é só mais um peso financeiro.”
A crescente “fadiga de assinaturas” está gerando debates sobre como equilibrar as contas. Especialistas sugerem modelos mais justos, como pagamentos recorrentes mais transparentes e maiores proteções para quem vive de música. O cenário é de desafio, mas também de oportunidades para repensar a indústria e garantir que os artistas não sejam apenas criadores, mas também beneficiários do sucesso.