Em documentário, Chella mostra bastidores de álbum gravado com Moogie Canazio, gigante da indústria que produziu Rita Lee
Inspiração, transpiração, pensamento coletivo, muita troca artística e novas adaptações. Até uma nova ideia finalmente ganhar corpo passa por inúmeros processos criativos, sejam sequenciais, induzidos ou mesmo fortuitos. Para o deleite dos espectadores, tudo isso foi fartamente registrado no documentário ‘Pro Tempo Parar: o ‘making of’ do álbum’, lançado neste 30 de outubro, no YouTube.
Com 27 minutos de duração, as imagens revelam como foi produzido o álbum homônimo da cantora, compositora e pianista Chella, gravado diretamente em Los Angeles, nos Estados Unidos. Com sete faixas autorais, o disco completou um ano de lançamento e já alcançou mais de 247 mil acessos no Spotify, com 70 mil ouvintes únicos.
“Pro Tempo Parar é meu primeiro álbum e um marco profissional na minha carreira. Queria muito celebrar esse aniversário entregando ao público os bastidores dessa construção, que começou com minhas ideias sobre sentimentos amorosos, mas foi agregando talento de todos os envolvidos nesse trabalho, culminando em um disco coletivo que muito me orgulha”, diz a artista, de 25 anos.
A gravação do documentário se torna especialmente saborosa pelo alto nível técnico de discussão entre os músicos envolvidos no trabalho. O baixista Sean Hurley já gravou com artistas como Lana del Rey, Alanis Morissette e Ringo Starr. Tim Pierce, o guitarrista, esteve acompanhado de Michael Jackson, Whitney Houston, Phill Collins, Elton John e Celine Dion.
Já o baterista Jake Reed tem no cardápio a gigante pop Katy Perry, enquanto o brasileiro Felipe Melanio, guitarrista e violonista, já enfileirou com AnaVitória, Melim, Roberta Campos e Sidney Magal. Por fim, Santiago Galeano, tecladista e colega de Chella na renomada faculdade Berklee College of Music, em Boston, já gravou com Alex Ponce, Marcelo Rubio e Dave Holland.
No melhor estilo Get Back, documentário sobre os Beatles dirigido por Peter Jackson, em Pro Tempo Parar: o ‘making of’ do álbum, dá para ver uma Chella descontraída, conversando em inglês e português com seu brilhante time de instrumentistas, antes de encarar os novos arranjos especialmente desenhados para seu primeiro trabalho profissional.
A produção musical fica ao encargo de Moogie Canazio, gigante da indústria fonográfica nacional, que tem no currículo trabalhos com João Gilberto, Sandy & Junior e Rita Lee. Tudo isso acontece dentro do Studio 2 do EastWest Studios, um templo sagrado da música mundial, onde algumas das canções mais lendárias do último século foram concebidas – entre elas, I Will Always Love You (de Whitney Houston), Like a Prayer (de Madonna), New York New York (de Frank Sinatra) e Californication (de Red Hot Chili Peppers).
O leque de artistas do célebre espaço inclui ainda Elvis Presley, Michael Jackson, Marvin Gaye e as bandas Rolling Stones e Coldplay. Embora reconheça a importância de se integrar a um local de uma aura musical inestimável, durante todo o documentário, o foco de Chella está em dar a vida ao seu universo particular de sentimentos.
“Esse é um álbum que explora a complexidade dos relacionamentos e como eles nos afetam e nos definem. Quando reassisti o material bruto para montar o documentário fui transportada para os dias de gravação e me lembrei de cada processo individualmente, traçando um paralelo entre, como a música nasceu de sentimentos meus, mas passaram por grandes transformações a partir de contribuições coletivas”, diz.
Canções como ‘Mande Notícias’, ‘Palavras Cruzadas’ e ‘Eu tentei’ foram levadas para outros caminhos no processo de montagem do álbum, que durou dois dias e foi fartamente documentado por duas câmeras que incessantemente acompanharam a cantora em todos os passos: uma GoPro e uma Blackmagic. Por outro lado, a canção ‘Pra Quê?’ ficou exatamente do jeito que foi pensada por Chella, no ato de composição.
“O espectador que assistir o documentário vai ganhar um repertório especial para entender diversos elementos que estão presentes no álbum Pro Tempo Parar. Porque ali, nós nos permitimos criar vários mundos possíveis até que as músicas ganhassem a forma final apresentada no disco”, resume.