Nuno Bettencourt diz que inteligência artificial jamais vai dominar o rock

Nuno Bettencourt, guitarrista do Extreme, explicou numa recente entrevista por que não teme a entrada da inteligência artificial no mundo do rock. Falando para o Metal Journal da Espanha, o músico destacou que o rock não mudou muito com todos os desenvolvimentos tecnológicos que já estão disponíveis, por isso duvida que a IA será o divisor de águas.

“Todo mundo está preocupado e todo mundo está com medo que isso

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mude alguma coisa. Eu amo isso, cara. Você sabe por que eu amo isso? Eu estou, tipo, vamos lá. Faça mais. Porque as pessoas que fazem isso e usam isso pensam que podem imitar a emoção, mas acredito que o rock and roll vai ficar. Porque o rock and roll, se você notar – olhe para toda a tecnologia que chegou desde a década de 1930, tudo, desde telefones até televisão, celulares, computadores para sintetizar todo o resto, o que mudou na guitarra? Nada. Zero. O que mudou em uma bateria? Nada. O que mudou em um baixo? Nada. Um microfone?”.

O guitarrista continuou: “Pra mim, o rock permanece ainda hoje porque o rock é quebrado. Ele não é artificial. Não é perfeito. Tudo é imperfeição. É isso o que nos faz brilhar. É o perigo disso. A IA pode fazer tudo o que você quiser: escrever letras, compor músicas, fazer o que quiser, até gravar. Mas sempre vai soar esterilizado, mesmo quando eles tentam [ser originais]. Porque mesmo que eles tentassem soar como, digamos, sei lá, Led Zeppelin… O Led Zeppelin nem soava como o Led Zeppelin todas as noites. Às vezes eles eram ótimos, às vezes eram desleixados, às vezes eram incríveis, e esse é o perigo, e essa é a coisa do rock and roll que você nunca será capaz de capturar com IA”.

Nuno deixa claro que a nova tecnologia pode de uma certa maneira beneficiar o rock: “Quanto mais esterilizada for a música pop – que sempre foi nos últimos 10, 20 anos – e muito mais Auto-Tune e tudo mais, maior será o rock and roll”.

Redação 89: