David Bowie não faria sucesso se iniciasse carreira na era do streaming, diz Nile Rodgers

Redação 89

David Bowie não faria sucesso se iniciasse carreira na era do streaming, diz Nile Rodgers imagem divulgação

Nile Rodgers, guitarrista do Chic e um dos maiores produtores musicais de todos os tempos, acredita que, devido ao estado atual da indústria da música, David Bowie não teria como se destacar, caso iniciasse hoje sua carreira.

O lendário músico, que coproduziu o álbum Let’s Dance de 1983 do saudoso cantor, refletiu sobre a música na era digital em uma audiência no Comitê de Cultura, Mídia e Esporte da Câmara dos Comuns da Inglaterra esta semana, onde criticou o modelo de negócios do streaming.

Rodgers comentou durante a sessão que acha “incrível” o novo formato de música. No entanto, lamentou como as atuais gravadoras se concentram mais no lucro do que em nutrir os talentos de artistas verdadeiramente únicos.

“Tenho 71 anos, faço isso há 50 anos da minha vida. Em 50 anos, você teria pensado que, com o advento de todas as novas tecnologias, pessoas como eu teriam uma vida muito melhor, as coisas seriam mais fáceis, todos lucraríamos juntos, e não é o caso. Há algo terrivelmente errado nisso” (via The Guardian).

Usando David Bowie como exemplo de um gênio musical que poderia não ter chance se estivesse começando hoje, ele lembrou que o artista não teve sucesso comercial anos anos 1970 além do Reino Unido. “Nenhuma gravadora da era do streaming teria lhe dado o tempo que ele precisava para produzir um disco de sucesso [global]. Mas deram a ele todo esse tempo para tentar fazer um hit, ele me ligou e fizemos [‘Let’s Dance’]”, disse Rodgers, acrescentando: “Elas [as antigas gravadoras] assumiam essa responsabilidade financeira e bancavam os artistas em que acreditavam que em algum momento finalmente estourariam, esses dias realmente acabaram”.

Rodgers integra um painel de especialistas em música que produziram um relatório sobre a economia do streaming. O documento está sendo analisado há algum tempo pelos deputados do Reino Unido, que pediram um “reinício completo” do streaming de música em 2021 e iniciaram uma série histórica de recomendações para tornar o padrão atual da indústria mais justo para os artistas.



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