Quando o Smashing Pumpkins surgiu em Chicago, em 1988, o mundo nunca tinha ouvido uma banda que conseguisse fundir elementos de rock, shoegaze, metal, gótico e psicodelia em meio a uma atmosfera bombástica. Essa sonoridade foi tão inovadora que o vocalista Billy Corgan chegou a acusar Butch Vig, produtor de Nevermind, do Nirvana, de ter roubado o timbre de sua guitarra para criar um dos álbuns mais importantes da história do rock.
Toda essa inovação presente na música na virada dos anos 1980 para os 1990 talvez nunca se repetirá novamente. E a culpada disso é a internet. Quem faz essa acusação? Billy Corgan. Em uma entrevista para a jornalista Jen Eckert, do “Soundcheck”, Corgan comentou o impacto que a rede mundial de computadores e as mídias sociais tiveram na evolução do rock ao longo das décadas.
“Enfrentamos uma espécie de mudança econômica, cultural com a música se tornando digital que realmente mudou a narrativa ininterrupta por cerca de cem anos de como as pessoas lançavam e consumiam música. E o fato de os catálogos estarem mais presentes com o clique de um botão, eu acho, coloca as bandas em uma situação diferente no que diz respeito a como alcançar um público”, disse ele.
Corgan continua: “Eu acho que há menos ênfase na inovação no rock e mais no tipo de manter ele em seu lugar. Minha própria banda, isoladamente, meio que nos esforçamos para inovar de forma contínua, mesmo com o desespero de nossos fãs. Então, é difícil dizer se [o rock] realmente não evoluiu da maneira como deveria, mas isso exigiria um mundo diferente. E, obviamente, quando a internet se tornou a coisa, quando a mídia digital se tornou a coisa, mudou tudo, mudou o jornalismo, mudou a política. Então, é de se esperar [que mude a música]”.
No início do ano, falando para o podcast do engenheiro de som Rick Beato, Corgan discutiu o impacto da tecnologia no rock. Questionado sobre a possibilidade de produzir um disco hoje em dia sem se valer de de softwares, respondeu que muita coisa mudou desde o início dos anos 1990, quando o objetivo na gravação era apenas acertar uma ótima tomada. “Hoje em dia, se você tentar fazer isso, você pensa lá no fundo de sua mente: ‘Bem, se eu errar, podemos consertar, remover… E quando você começa a editar, acabou. É como o filtro no Instagram, certo? No minuto em que eu uso o filtro, é tipo, ‘Bem, isso parece melhor’. Você não volta para a imagem não filtrada. Então, acho que essa é a dificuldade”, explicou. (AQUI).
This post was last modified on 5 de setembro de 2023 12:03