Roberto Medina cita “experiência de viver o aqui e agora” para bom momento do mercado de eventos

The Town, o megafestival idealizado pelos mesmos criadores do Rock in Rio, promete uma experiência de música única em São Paulo nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro. Mas o evento não pretende apenas impactar o público com estrelas internacionais que desfilarão pelos seus palcos. Como São Paulo representa atualmente um dos maiores polos de espetáculos do mundo, a movimentação econômica está estimada na casa de R$ 1.7 bilhão e é certamente um dos pontos altos do negócio.

A questão relacionada ao turismo que será gerado em São Paulo pelo evento foi abordada pelo empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio e presidente da Rock World, em uma entrevista ao jornal O Globo. Segundo ele, a capacidade criativa e produtiva do Brasil no setor de eventos precisa ser melhor trabalhada economicamente: “Turismo não pode ser puxadinho. Tem que ser projeto sério, de investimentos”.

Para o empresário, este é um bom momento para o país repensar a sua estrutura de turismo porque as dificuldades impostas pela pandemia fizeram os consumidores repensarem seus gastos com lazer e experiências. Na retomada das atividades, passaram a priorizar viagens, espetáculos, festivais sem se preocupar tanto com os preços. Na visão dele, viver o aqui e agora ganhou mais valor, o que redireciona o mercado de entretenimento e todas as suas áreas no curto e médio prazos.

“Pais e filhos viveram uma tragédia mundial. A prioridade da pessoa não vai ser poupança. A vida é ao vivo e é hoje. Não é ao vivo e depois. É hoje. A demanda está latente. No dia 14 de março, começa a pré-venda do The Town, em São Paulo, e acho que será o mesmo fenômeno. A percepção não está clara do ponto de vista acadêmico, mas as empresas estão sentindo que têm que crescer, estão patrocinando”, comentou.

Questionado se o setor deve continuar em alta daqui para frente, respondeu que não há como saber se essa tendência sobe, mas firmou que “não desce de jeito nenhum”. Para Medina, o consumidor antigo, pré-pandemia, acabou: “Não tem mais. Não tem nexo a sua poupança, a gente não sabia se ia estar vivo. Mas também depende do dinheiro das pessoas para investir no bilhete do teatro, numa passagem de avião, de ônibus. Claro que a economia real, inflação e todos esses dados que impactam têm uma influência importante”.

O The Town deve receber cerca de 500 mil pessoas nos seus cinco dias de operação, nos quais estão previstas mais de 235 horas de música em 5 palcos espalhados pelos 350 mil metros quadrados do Autódromo de Interlagos. A oferta de entretenimento e potência dos artistas escalados, como Foo Fighters, Maroon 5, Bruno Mars e Post Malone, mostram a excelência do evento.

Redação 89: