Livro de ex-integrante do Kraftwerk explica como a música sobrevive em meio a tecnologia
Discussões sobre como a inteligência artificial pode aniquilar o talento de músicos e artistas estão em alta na internet. Mas agora há alguém que trabalhou com avanços tecnológicos na música no início dos anos 1970 que está lançando um livro para amenizar essa questão. Karl Bartos é um percussionista alemão de 70 anos que integrou no período de 1974 a 1990 o inovador grupo de música eletrônica Kraftwerk. Ele acaba de colocar no mercado um livro que leva o nome de The Sound of the Machine, que narra a ascensão, o sucesso e o estilo inovador da banda que ele participou ao lado dos colegas Ralf Hütter, Wolfgang Flür e Florian Schneider.
“Em ‘The Sound of the Machine’, tento descrever os segredos de nossas sessões de escrita, como brincamos como crianças e como nossa busca mútua por uma nova expressão artística nos fez felizes”, diz Bartos sobre o licro, que traz um relato sincero da influência e abordagem artística do Kraftwerk, bem como seu uso revolucionário da tecnologia.
Acompanhando sua vida desde o início humilde em um bairro da classe trabalhadora de Düsseldorf, The Sound of the Machine explora as influências musicais que ajudaram a moldar a carreira de Bartos, incluindo a música folclórica da Baviera, o pop dos anos 1960 e a música clássica.
No entanto, o livro de 611 páginas também relata a influência e o impacto da atmosfera única de Düsseldorf de 1974 a 1984 na banda – os anos que muitos consideram seu auge criativo. “Eu revelo por que nossa música – criada no mundo analógico – sobreviveu ao seu substituto digital”, diz Bartos. “A meu ver, em nossos melhores momentos as composições são um testemunho de nossa busca pela poesia escondida no som da máquina”, acrescenta.
O Kraftwerk lançou 10 álbuns de estúdio e ganhou um Grammy em 2014. Em 2021, Bartos foi introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll como membro da formação clássica do grupo.