Brian Johnson, vocalista do AC/DC, apareceu no mais recente episódio do programa “First Time With…” na BBC Radio 6. Promovendo sua recém-lançada autobiografia, The Lives Of Brian, o cantor falou sobre os momentos mais marcantes de sua vida.
Um deles, em especial, acabou emocionando o músico. Foi quando abordou a perda auditiva que o forçou a ficar de fora dos shows na turnê de 2016 do seu grupo. “Você entra em seu carro e não pode dizer quem está cantando a música; você não pode saber qual é a música. É só um barulho. É horrível… É apenas um ruído musical, mas você não sabe como ele se encontra; você não pode ouvir quem está cantando; você não pode dizer se é Paul McCartney ou Mick Jagger. É uma área cinzenta horrível. Chamei isso de silêncio assassino, e certamente é. Mas eu fiz do jeito que eu sempre faço… Eu tenho o melhor uísque que eu poderia ter … Tentei esquecer tudo e não atendi o telefone. Eu não falava com a imprensa, porque eles [os repórteres] eram como abutres me rondando. Eu apenas me guardei para mim mesmo”.
Johnson conta que para poder voltar a se apresentar ao vivo com o AC/DC, buscou ajuda do especialista em áudio Stephen Ambrose, que inventou os monitores intra-auriculares sem fio que são amplamente utilizados nos dias de hoje por artistas como retorno de palco. O especialista disse ao cantor que tinha inventado um novo tipo de fone de ouvido que o permitiria a voltar ao trabalho sem causar mais danos aos tímpanos. Depois de três anos de testes e ajustes no equipamento, Johnson disse que a tecnologia o ajudou a voltar aos palcos.
“Vi que havia luz no fim do túnel. Mas estava muito longe. E então a grande coisa foi que Angus [Young, guitarrista do AC/DC] telefonou e quis saber: ‘Ei, eles [os monitores] estão funcionando nos seus ouvidos?’ Eu disse: ‘Sim, de forma brilhante’. Ele perguntou: ‘Você quer fazer um álbum?’ Eu disse: ‘É pra ontem'”, relatou Johnson.
Solicitado a descrever como a tecnologia funciona, o vocalista do AC/DC explicou: “É fácil. É uma coisa pequena que você coloca no ouvido. Você não precisa montá-la. Você só coloca no ouvido e há uma coisinha no final, um pequeno tubo, que vira uma bomba. Você o pressiona, então ele infla e se torna um tímpano que usa os ossos do queixo”.
De acordo com Johnson, ele não é o único músico que se beneficiou da criação: “Já ajudou K.D. Lang”, revelou. “Ela ia se aposentar. Nós enviamos para ela, e ela começou a chorar no Zoom. E ela está de volta à estrada agora. Huey Lewis precisa disso… Parece assustador. Mas não é. É apenas maravilhoso”. O cantor disse ainda que ele e Ambrose estão trabalhando na divulgação do aparelho para tentar torná-lo acessível a todos. “Queremos ajudar as pessoas que são realmente surdas – em zonas de guerra, como soldados e caras que trabalharam como pilotos de aeronaves e tanques”, comentou. Entrevista na íntegra (em inglês) AQUI.