Entrevista: Björk vem para apresentar “disco de diversidades” no Primavera Sound SP
A cantora islandesa Björk lançou no início do mês passado o seu décimo álbum de estúdio e primeiro em cinco anos, Fossora. O novo trabalho foi produzido pela própria artista e gravado por Bergur Thorisson. O novo álbum encontra Björk em casa na Islândia durante a pandemia por tempo suficiente para estabelecer raízes – tanto literalmente em sua cidade natal, Reykjavík, trabalhando sobre um ecossistema natural focado na terra dos clarinetes baixos e sub-bass.
Questionada por nosso apresentador/produtor Wendell Correia sobre o significado do título do single “Atopos”, ela revelou que descobriu essa palavra lendo o filósofo francês Roland Barthes. “Ele leva cerca de três páginas para descrever isso… Mas acho que a interpretação que tive foi no sentido político e pessoal de quando você tem o outro e escolhe analisar o que tem em comum ou de diferente em relação a ele. Então, é uma escolha. Eu estava escrevendo esta canção quando Trump ainda era presidente, antes das eleições que ele perdeu. Acho que fiquei interessada em todo mundo, onde há uma grande disputa entre a direita e a esquerda na política. Ou entre homens e mulheres ou entre casais. Então, a letra é em nível pessoal sobre ‘Vamos olhar sobre o que temos em comum e focar nisso ou falar sobre nossas diferenças’?”, diz Björk, resumindo que a música é sobre uma escolha sobre qual caminho tomar.
Sobre as demais faixas do trabalho, a cantora falou sobre a dificuldade de escolher uma que possa soar como mais forte. “Gosto de músicas que me dão todo o tipo de situações. Espero que meu álbum traga essa diversidade para as pessoas”, disse.
Björk é um dos headliners do Primavera Sound São Paulo. Ela se apresenta no dia 5 de novembro, mesma data dos shows de Arctic Monkeys, Beach House, Interpol e Mitski. Saiba mais sobre o festival AQUI. Entrevista na íntegra no player abaixo: