Reader’s Digest analisa se bandas de rock estão entrando em extinção
O site da revista Reader’s Digest publicou nesta quarta-feira (19) um artigo assinado pelo músico Neal Sawyer, no qual ele destaca o domínio do pop e hip-hop nas paradas de sucesso e questiona se o rock realmente está morto. Neal começa explorando a questão relacionada ao desaparecimento das bandas. Algo que foi bastante debatido no ano passado quando Adam Levine, vocalista do Maroon 5, disse numa entrevista para Zane Lowe, na Apple Music, que as bandas estão deixando de fazer parte do mundo da música.
Neal afirma que é preciso entender que estar em uma banda é trabalhoso porque você precisa de músicos competentes para ensaiar por horas a fio. “Hoje em dia, isso não é uma necessidade. Programar batidas em um computador é tão simples quanto encher células em uma planilha, e aí está, uma batida de bateria. Só o ouvinte mais exigente saberá que não está ouvindo uma bateria real”, diz o texto.
De acordo com o artigo, a tecnologia acessível hoje em um smartphone pode criar uma faixa completa sem uma banda ao vivo. “Embora muitos argumentem que os velhos costumes são os melhores, o custo e a praticidade tornam a criação da música digital a norma e a facilidade de uso sugere a extinção das bandas”. Outro ponto destacado tem relação com os palcos. Com a pandemia, locais pequenos que serviam de laboratório ou trampolim para novos grupos de rock, tiveram de fechar as portas e colocaram mais um novo obstáculo para quem realmente quer investir em uma nova banda.
Mesmo com esse cenário sombrio, o autor enxerga uma maré de mudança: “Há uma disparidade no som entre os anos 1960 e 1970, por isso é natural que o rock em 2022, mais de 50 anos desde o lançamento do ‘Led Zeppelin IV’, tenha evoluído… A música passa por tendências, e talvez as últimas duas décadas tenham sido um período de hibernação para o rock”. Neal observa atualmente artistas que são inspirados nas grandes bandas de rock e que buscam colocar sua própria assinatura neste gênero clássico, por sua vez gerando subgêneros. “Da psicodelia ao indie, o sentimento rock permanece”, diz ele.
O artigo aponta que o rock é atemporal e isso o coloca distante de um sepultamento. Neal cita como exemplo a nova turnê do Wolf Alice, que é um novo nome e que mesmo assim conseguiu ter todas as datas de sua série de shows esgotadas. Há ainda o aumento vertiginoso das vendas de discos de vinil e que nesse segmento há uma demanda maior para o rock do que todos os outros gêneros. De todas as vendas de vinis em 2021 no Reino Unido, 60% representavam o gênero rock. As principais vendas de vinil do ano incluíram Fleetwood Mac, Queen, Nirvana e Pink Floyd. Embora esses nomes possam apontar a nostalgia como a principal inspiração para as vendas de vinil, elas não foram impulsionadas apenas pelos clássicos. As bandas de rock Mogwai, The Lanthums e The Snuts atingiram todos os marcos. Cada um alcançou o número um nas Paradas Oficiais de Álbuns com novos lançamentos. Há uma afirmação inegável nestes números: o rock está longe da data de sua morte.
Leia o artigo (em inglês) na íntegra AQUI.