Um jornalista que decidiu fazer música. Boa música, por sinal. Após lançar seu primeiro disco “Curiango” no ano passado, Tarcísio Badaró não perde tempo e já apresenta seu segundo álbum “Deserto do Tempo”, que estreia neste fim de semana em todas as plataformas digitais.
Bebendo nos clássicos do rock britânico e americano, principalmente das décadas de 60 e 70, as 15 músicas autorais mesclam elementos do folk, country e blues, com letras que refletem sobre o cotidiano do escritor e sua visão do mundo. “Este lançamento é uma continuação do anterior, mostra o começo deste caminho que eu estou trilhando. Mas é um disco mais experimental, abstrato e intimista”, comenta o artista.
A canção “Depois dos Temporais” foi apresentada previamente ao público, em outubro, e é caracterizada como a faixa mais pop do álbum. Agora, o destaque vai para “Deserto do Tempo”, um rock que dá nome ao disco, carregado de guitarras, e que fala sobre a cidade natal do artista (Minas Novas – uma pequena cidade histórica no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais) e sua relação de amor e despertencimento com ela. “Em termos de atmosfera musical, acredito que esse single é o que mais representa o meu som. Nós usamos instrumentos e equipamentos dos anos 60 para chegar a essa sonoridade e timbre que caracterizam o disco”, finaliza Tarcísio.
A produção musical é comandada por Leonardo Marques, conhecido por produzir bandas como Moons e Maglore, que também é responsável por tocar baixo, lap steel e percussão no disco. Tarcísio criou os arranjos em seu home studio, em São Paulo, dando o acabamento junto com o produtor no estúdio Ilha do Corvo, em Belo Horizonte, nos quinze dias de gravação. Os dois dividiram os instrumentos e contaram com convidados: Rodrigo Garcia (violoncelo), Ulisses Luciano (trompete), Richard Neves (piano) e Helton Lima (bateria).
Autor de dois livros-reportagem e jornalista investigativo dedicado a temas de direitos humanos, Tarcísio é quem assina a composição de todas as faixas, como já havia feito no primeiro disco. “Eu encaro o ato de compor como um exercício de escrita. Componho com a labuta de quem escreve um texto, uma reportagem ou um livro. Desde coisas cotidianas a reflexões interiores, tendo a minha visão jornalística impregnada em minhas composições”, conclui.
A capa do disco é uma obra do artista chileno Juan Pablo Mapeto, que mora no Brasil. A técnica de colagem foi criada sob uma visão artística na qual Mapeto desejava transmitir um sentimento de precariedade, tendo todo seu processo de criação realizado a partir de materiais reaproveitados de seu cotidiano. O artista já assinou outras capas, como da banda Vanguart.
This post was last modified on 28 de novembro de 2021 12:03