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Estudo descobre que é possível “infectar” outras pessoas com seu gosto musical

Redação 89

Estudo descobre que é possível “infectar” outras pessoas com seu gosto musical Imagem: Unsplash

Um novo estudo publicado no Proceedings of the Royal Society descobriu que o padrão de downloads de uma música após seu lançamento parece se assemelhar a curvas epidêmicas para doenças infecciosas. Os pesquisadores, comandados pela especialista em estatística  Dora Rosati, da McCaster University de Ontário, no Canadá, utilizaram um banco de dados de quase 1,4 bilhão de downloads individuais de músicas do extinto serviço de streaming MixRadio.

Conforme relata o jornal britânico The Guardian,  a pesquisa mostrou que as pessoas têm a capacidade de ‘infectar’ os outros com seus gostos musicais ao mostrar a alguém uma canção que está curtindo, via compartilhamento em mídias sociais ou tocando-a na frente delas, por exemplo. “Se você entra em contato com alguém que está doente, então você tem uma certa chance de pegar essa doença. Com músicas, é muito parecido. A grande diferença é que, para as músicas, não precisa necessariamente ter contato físico. Basta que um amigo tenha usado essa música nova ou legal em um storie do Instagram”, exemplifica Rosati.

Aplicando um sistema matemático, ela e sua equipe conseguiram calcular um número básico de reprodução (RO) para diferentes gêneros musicais. Os dados indicaram que o som eletrônico é o mais transmissível, com um RO de 3.430. Para comparação, a varicela tem um RO de 12 e o sarampo tem um RO de 18, tornando a música eletrônica cerca de 200 vezes mais contagiosa do que essas doenças. Mesmo assim, o RO de vários outros tipos populares de música foram bem maiores que os de doenças comuns: hip-hop (310), rock (129) e pop (35). O metal (3,7) figurou como o menos contagioso. Vale ressaltar que isso não significa que mais músicas eletrônicas sejam baixadas do que qualquer outra coisa (não são),  significa apenas que são distribuídas mais rápido dentro de um grupo de fãs.

Os pesquisadores deixam claro que tanto a música quanto as doenças infecciosas dependem de conexões sociais para se espalharem pelas populações. Ainda não há relatos do desenvolvimento de uma “vacina” para proteger você contra músicas ruins. Mas as pessoas mais exigentes, musicalmente falando, podem ser imunes ao impacto de sugestões musicais.

 



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