Na próxima sexta-feira, 16 de julho, Rodrigo Amarante lança seu novo álbum, Drama, pela Polyvinyl. Hoje, ele apresenta seu terceiro single/vídeo, “Tango”, que pode ser a chave do tema do álbum. Com uma melodia suave e um arranjo complacente, “Tango” é uma música sobre um relacionamento disfarçado de uma aula de dança com parceiros: explorando a necessidade de apoio, lutando para expressar isso e, eventualmente, encontrando-o.
“Quando escrevi esta música, estava projetando a ideia de um amor que dura, que é mutuamente solidário e confiável, seguro nesse sentido, e não consigo imaginar isso sendo possível sem uma boa dose de senso de humor”, diz Amarante, que acrescenta: “Essa parece ser a única maneira de passar por isso, os tempos difíceis. A canção descreve esse amor através do que aparece como instruções de dança, súplicas, coordenação de movimentos. Quando conheci Julie e Angel e os vi dançar, senti como se tivesse encontrado esse amor. Quando liguei a câmera, uma lágrima rolou pelos meus olhos; o filme foi captando o que eu tentei escrever, enfim, um amor que pode ser visto, um amor que as palavras e a melodia só podem sugerir”.
Drama é a tão esperada sequência da estreia de Amarante em 2014, Cavalo – também sendo relançada pela Polyvinyl, uma coleção impressionante e intimista de canções onde “cada instrumento respira e cada som se mistura, mas cada momento é distinto”. It also follows “Tuyo”, a música tema de Amarante para o drama da NetflixNarcos ou Little Joy. Você deve ter notado o nome de Amarante entre os créditos de Gal Costa, Norah Jones e Gilberto Gil; ou talvez você o tenha visto tocar ao vivo com a big band de samba brasileira Orquestra Imperial, ou com os cariocas da Los Hermanos.
Drama começou no final de 2018 com uma sessão envolvendo a banda de Rodrigo – “Lucky” Paul Taylor na bateria, o baixista Todd Dahlhoff, Andres Renteria nas congas e Amarante na guitarra. Com a continuação da escrita e da gravação em 2019, algumas músicas foram retiradas do fundo das gavetas e mais ideias surgiram.
Amarante aponta dois incidentes de seu passado que repercutiram diretamente nas gravações: uma doença que o faz apreciar a beleza da segunda chance; e o momento em que o pai (com a relutância de Amarante) cortou-lhe os longos cabelos, numa tentativa de descarregar todo o drama e sensibilidade da cabeça do jovem. “Vestir-se como forma de revelar, em vez de vestir-se mal, esconder, isso é Drama”, diz Amarante. “Uma ferramenta. Fazendo cócegas na memória para a confissão, vendo através dos olhos de uma máscara. Espreitar no espelho que está desempenhando um papel. Isso não é algo que eu tenha seguido, mas uma realização póstuma, algo que me seguiu, como sempre acontece. Essas músicas foram os instrumentos para realizá-lo, não o contrário.”