Facebook trabalha em “clone melhorado” do Clubhouse
O Facebook passou a testar um novo recurso chamado Hotline. Trata-se de um aplicativo baseado na web que especialistas descreveram como uma mistura de Instagram Live e Clubhouse, pois permite que os criadores de conteúdo falem com um público que pode fazer perguntas através de texto ou áudio.
O grande diferencial, no entanto, é que ao contrário do Clubhouse, os criadores podem optar por ligar suas câmeras para o evento, em vez de se comunicarem apenas por áudio, conforme revelou matéria do site TechCrunch.
Mesmo com esse diferencial, o novo aplicativo de perguntas e repostas está se inspirando fortemente na rede social de chat de voz. Tanto que o layout do Hotline é familiar ao do Clubhouse. Mas há muitas novidades, por exemplo, a seção de ouvintes é dividida entre aqueles que estão apenas assistindo ao evento, representados por seus ícones de perfil, e aqueles que estão fazendo perguntas. À medida que as perguntas são feitas, os usuários podem reagir com emojis. Os anfitriões do evento têm controle total sobre a experiência e podem remover perguntas inadequadas ou pessoas de sua sessão.
Outra diferença notável entre Hotline e Clubhouse apontada pelo Tech Crunch é que eventos do novo app são todos registrados. Após o evento, o criador recebe duas gravações da sessão — uma em mp3 e outra em mp4 – podendo, dessa forma, carregá-las para outras redes, como YouTube ou Facebook, editá-las em conteúdo de forma curta para aplicativos como o TikTok ou transformar a gravação de áudio em um podcast para plataformas como Apple Music e Spotify.
O novo mercado criado pela ascensão do Clubhouse no início deste ano passou a gerar um interesse ainda maior pelo mercado de “áudio não-musicista”. Empresas de mídia social como Telegran, Linkedin e Slack Technologies passaram rapidamente a trabalhar em suas próprias versões do aplicativo de voz. Na semana passada, o Twitter discutiu uma possibilidade de compra do Clubhouse de cerca de US$ 4 bilhões, mais de R$ 22 bilhões.
Aliás, o concorrente do Clubhouse do Twitter, chamado Spaces, foi lançado no final de 2020. Embora ainda esteja em forma beta e nem todos os usuários possam criar ou participar de discussões públicas, vem sendo apontado pelos diretores da empresa como uma nova forma de as pessoas interagirem mais dentro da rede. A empresa aposta já há algum tempo em conteúdo ao vivo por meio de acordos de parceria e aquisições. Segundo apurou a Bloomberg, em um evento de imprensa realizado na semana passada, o chefe de receita do Twitter, Bruce Falck, disse que a empresa está considerando maneiras de monetizar espaços, mas essas discussões ainda estão nos estágios iniciais.