Para Gene Simmons, do Kiss, os jovens estão matando o rock
Gene Simmons, baixista e vocalista do Kiss, voltou a se manifestar a respeito da sobrevivência do rock and roll. Falando para Jonathan Clarke da rádio Q104.3 FM de Nova York (via Blabbermoth), comentou que artistas mais novos jamais terão a chance de desfrutar do sucesso que bandas como a dele fizeram.
Questionado sobre a perda de público do gênero para gêneros como o hip-hop, o músico disparou: “Os culpados são os fãs jovens. Você matou a coisa que ama. Porque assim que o streaming chegou, você tirou uma chance para as novas grandes bandas que não foram descobertas, que não podem mostrar seu trabalho porque não tem um centavo para lançar sua música. Quando você baixa coisas, é um centésimo ou milésimo de um centavo. E então você tem que ter milhões a milhões, e até bilhões de downloads antes de você possa fazer alguns milhares. E os fãs mataram aquela coisa. Então, esse negócio acabou”.
O integrante do Kiss continuou: “Isso significa que os próximos Beatles ou qualquer outro nunca vai ter a chance que nós tivemos. Tivemos gravadoras que nos deram milhões de dólares para que pudéssemos fazer discos e turnês, e não ficássemos presos a uma rotina comum de trabalho. Porque quando você tem um serviço [fora da música], você não tem tempo para se dedicar à sua arte, seja lá o que for”.
Simmons voltou a defender o que disse em outubro do ano passado no podcast The Dennis Miller Option. Segundo ele, de 1958 até 1988 o mundo viveu 30 anos de muita criatividade e autenticidade. “Nós tivemos Elvis, Beatles, os Stones e Jimi Hendrix”, citou, lembrando que seria possível fazer uma lista de 100 artistas. “Você pode até ir para bandas mais modernas que todos saíram de lá. Kiss, AC/DC, Metallica, U2. Mesmo na discoteca você tinha Madonna, a Motown, toda essa música incrível. De 1988 até hoje, e lá se vão mais de 30 anos, quem são os novos Beatles?”, questionou.
A tese de Gene Simmons é que como todo mundo ainda hoje conhece Elvis Presley ou os Beatles, então, fica claro que o que foi feito lá atrás parece ter sido melhor lapidado do que as produções das últimas três décadas.