Estudo sugere uso de distanciamento social até 2022

Redação 89

Estudo sugere uso de distanciamento social até 2022 Imagem: Visuals/Unsplash

Medidas de distanciamento social talvez precisem ser empregadas até 2022 para evitar que o novo coronavírus coloque em risco os sistemas de saúde mundo afora. É o que indica um estudo assinado por pesquisadores da Universidade Harvard, nos EUA.

A pesquisa saiu nesta terça-feira (14) na revista especializada Science e foi liderada por Marc Lipsitch, do Departamento de Epidemiologia da instituição americana. Ele usou dados sobre o Sars-CoV-2 e sobre outras formas de coronavírus para tentar simular uma enorme variedade de cenários de evolução da Covid-19 ao longo dos próximos anos, chegando até 2025.

A começar pelo fato de que ainda não está claro como ficará a imunidade das pessoas que já tiveram a doença e se recuperaram, as incertezas sobre o novo coronavírus são grandes. Considerando tudo o que sabe, a tendência é que o Sars-CoV-2 passe a circular todos os anos, ou a cada biênio, tal como outros coronavírus que hoje causam formas de resfriado mundo afora. Os pesquisadores simularam os efeitos das medidas de distanciamento social sobre o avanço da doença e a sobrecarga do sistema de saúde. A principal variável seria justamente o efeito sobre o número de reprodução básica correspondente a quantas novas pessoas alguém que carrega o vírus é capaz de infectar, em média (reduções de 60%, 40% ou 20% na quantidade de pessoas infectadas por cada doente, por exemplo).

Um dos indicativos importantes é que o distanciamento social radical, se realizado uma única vez e por um período relativamente curto, talvez traga resultados piores, porque ele acaba “reservando” uma grande população de pessoas suscetíveis, sem que haja chance de algumas delas desenvolverem defesas. Assim, quando o contato com o vírus retorna, o pico de casos pode ser mais abrupto. Nas simulações, fases de distanciamento social longas (20 semanas de duração) e com efetividade moderada (reduzindo o R0 do vírus entre 20% e 40%) são as que mais conseguem reduzir o tamanho total e os picos da doença. Os pesquisadores ressaltam que testar cada vez mais pessoas será crucial para determinar a presença de anticorpos contra o vírus e saber calibrar o “abre e fecha” do distanciamento social com base na proporção de novos casos e de leitos de hospital e UTI na população de cada país.

Via jornal eletrônico Meio



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