Assistimos Barrela, que está em cartaz no Teatro Cemitério de Automóveis em SP, e sério: APENAS ASSISTAM!
Continua com a gente e vem ver o que achamos!
Barrela foi o primeiro texto escrito por Plínio Marcos em 1958 e proibido pelo governo da época, inspirado na história de um garoto santista que foi preso por uma briga atoa de rua e violentado na cela.
A montagem com direção de Mário Bortolotto é uma junção perfeita com o texto de Plínio e te faz sair do teatro no mínimo impactado. A forma como é mostrado o garoto sendo violentado (alerta de spoiler!) é um tanto intrigante. Você não vê realmente algo mas você vê, e se impressiona. A trilha sonora completa a obra de arte, em momento nenhum você sente que possa estar fora do lugar e não consegue imaginar a peça sem ela. É o laço que fecha o presente dado a nós por Bortolotto.
A montagem mostra um grupo de homens confinados em uma prisão. A cela é uma espécie de barril de pólvora pronto para explodir. Bereco (interpretado pelo próprio Bortolotto), o xerife da cadeia tenta manter a ordem sob um regime severo, o que parece ser impossível dada as condições em que os presos estão. É quando começa uma disputa entre os detentos questionando a masculinidade de um deles. A violência se acentua quando um garoto que havia sido preso por se meter uma briga de rua é colocado na cela junto com os outros, que resolvem violentá-lo.
Escrito em 1958, o texto teve uma única apresentação em 1959 e só foi remontado em 1978, com a abertura política pós ditadura militar. A trama foi inspirada na história real de um garoto de Santos que foi preso por uma bobagem e acabou violentado pelos outros presos da cela. Quando ele saiu da prisão, tramou o assassinato de quatro desses caras.
Como esta foi sua primeira peça, Plínio Marcos ainda não tinha qualquer noção sobre como escrever para o teatro. Na época, sua amiga Patrícia Galvão, a Pagu, leu o texto e já considerou o jovem autor, de apenas 21 anos, um gênio.
Aproveita o final de semana e vai assistir! A gente indica!
Informações:
Até 27 de outubro
Às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 20h
Teatro Cemitério de Automóveis – Rua Frei Caneca, 384, Consolação
Classificação: 16 anos
Texto por: Gabi Risso