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Resistência em tempos de intolerância rege novo clipe de Couple Of Things para a banda Renascentes

Redação 89

Resistência em tempos de intolerância rege novo clipe de Couple Of Things para a banda Renascentes imagem divulgação

Há três meses, o duo-coletivo Couple of Things – formado pelos filmmakers Diana Boccara e Leo Longo – vem estreando clipes oficiais em plano sequência com bandas e artistas brasileiros de todo país, como parte da série colaborativa VIDEOCLIPERS (Alceu Valença, Carne Doce e Tuyo são alguns dos nomes participantes). E chegou a hora de aterrissar em Porto Alegre com o lançamento de “O Poema”, da banda gaúcha Renascentes.

O clipe é uma ficção científica que reproduz um futuro – ou presente – caótico e narra sobre a vida num mundo de intolerância e autoritarismo. “A letra de ‘O Poema’ surgiu como uma poesia manifesto sobre resistência, é uma reflexão sobre a força da ideia frente aos mais variados meios de opressão. Algo que vai além do material, do físico, do palpável e chega ao nível do invisível”, conta João Ortácio, vocalista da banda e autor da canção.

O clipe atemporal traz a atriz Maria Galant interpretando a resistência e o ator Antonio Carlos Falcão como figura antagonista, que mantém civis em estado passivo e apático, enquanto mantém seu controle. “Filmar histórias assim exige um cuidado extremo na escolha da locação, do figurino, da luz e de vários outros elementos que precisam potencializar nossa imersão neste mundo imaginário, mas possível. E acho que fomos muito bem-sucedidos nas escolhas e nos encontros que aconteceram em Porto Alegre”, contam Diana e Leo.

“A canção trata de uma ideia muito direta, tínhamos medo de cair no senso comum. O roteiro da Diana e do Leo conseguiu ressignificar o sentido da música. E o fato do clipe ter sido filmado em plano sequência e sair do set de gravação com a noção do resultado final foi uma experiência sensacional pra gente”, diz Dionísio Monteiro, baterista da Renascentes.

O clipe é nitidamente uma mensagem de reflexão sobre o momento atual que o Brasil está vivendo, em que democracia, a Cultura e o incentivo ao pensamento crítico começam a sofrer retrocessos dia-a-dia. “Essa música traz a imagem do poema como um personagem representante de todo ato de resistir. Personagem que é a própria resiliência e firmeza da palavra escrita, cantada e falada frente aos atos opressivos e ceifadores de liberdades. Por isso continuamos sempre acreditando que as balas de borracha (e de metal) nunca vão conseguir apagar o poema”, finaliza João Ortácio.



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