Pesquisa diz que 7 em cada 10 músicos independentes sofrem de estresse, ansiedade ou depressão
Uma nova pesquisa encomendada pela Record Union apontou que 73% dos músicos independentes já experimentaram emoções negativas como estresse, ansiedade ou depressão em relação à sua carreira. O estudo, que pesquisou 1500 artistas entre maio e abril deste ano, descobriu que entre aqueles que têm entre 18 e 25 anos, esse número sobe para 80%. O medo do fracasso, a instabilidade financeira, a solidão e a pressão para ter sucesso foram apresentados como principais motivos para o surgimento de um quadro negativo.
Os dados indicaram ainda que 33% dos entrevistados também experimentaram ataques de pânico e 57% disseram que se preocupam com sua saúde mental e bem-estar. “A indústria da música tem tradicionalmente definido o sucesso em termos comerciais. Para ser visto como bem-sucedida, você precisa atingir altas vendas e metas de turnê. É sempre dinheiro antes de tudo”, diz Johan Svanberg, CEO da Record Union, que financiou o estudo. “Para criar um clima musical mais sustentável com artistas mais saudáveis, acreditamos que isso precisa mudar e que os artistas precisam começar a pensar sobre sua saúde mental como parte do sucesso”.
Mais dados da pesquisa
Daqueles que disseram ter experimentado emoções negativas em relação à sua criação musical, 65% revelaram que falam sobre saúde mental e bem-estar com as pessoas ao seu redor. Mas eles preferem conversar com contatos pessoais em vez de profissionais. 90% para conversar com amigos íntimos e 64% para os membros da família, enquanto apenas 31% falam com os membros da banda e apenas 6% por cento para o seu empresário. Daqueles que não falaram sobre sua saúde mental e bem-estar, 29% disseram que não o fizeram porque não têm ninguém com quem conversar.
“Em uma sociedade tão focada na sustentabilidade, é decepcionante testemunhar como a indústria da música continua vivendo com seus mesmos velhos padrões. As grandes gravadoras não estariam vivas sem a criatividade de seus fabricantes de matéria-prima, mas ainda parece haver um tabu social para os músicos falarem sobre o seu estado de saúde”, comenta Svanberg, acrescentando que o estudo diz claramente que algo precisa mudar. “É hora de colocar o estado da saúde mental de nossos artistas na agenda, antes dos fluxos e do sucesso comercial. Nós, como indústria, precisamos acordar e nos perguntar: qual é a nossa responsabilidade neste e o que podemos fazer para criar um clima musical mais saudável”, conclui.
O relatório completo sobre essa pesquisa pode ser conferido AQUI.