Lollapalooza: 89 conversa com Jimmy Eat World

Redação 89

Lollapalooza: 89 conversa com Jimmy Eat World imagem divulgação

A 89 conversou com os caras do Jimmy Eat World, no Lollapalooza Brasil que rolou nos dias 25 e 26 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Essa foi a primeira vez do grupo no Brasil! Jim Adkins, vocalista da banda, revelou que desde criança sonhava em tocar para milhões de pessoas, assim como o  Guns N’ Roses. Sobre o público, ele  falou  da energia trocada no palco e a animação galera.

Jimmy Eat World tem nove álbuns lançados, o vocalista explicou como a banda consegue se renovar e trazer coisas novas. Sobre o disco “Integrity Blues”, Jim contou quais foram as inspirações para a composição.

Os caras  ainda falaram sobre o sucesso da música “The Middle” e o videoclipe, a situação política nos Estados Unidos, a evolução na indústria da música, o uso de celulares durante os shows e deixou um recado especial para os fãs brasileiros!

Utilize o player abaixo e curta a entrevista exclusiva da 89 A Rádio Rock:

A transcrição da entrevista está aqui:

89FM: É a primeira vez do Jimmy Eat World no Brasil. O que estão achando do país?
JIM ADKINS: É incrível, quando a gente estava crescendo sempre ouvíamos falar no Rock In Rio, um festival grande. Quando eu era criança me lembro de assistir vídeos do Guns N’ Roses tocando para milhões de pessoas no Brasil e eu pensava “um dia quero poder fazer isso” e agora a gente está aqui.

89FM: Vocês sentiram que o público estava respondendo com uma boa energia durante o show no Lollapalooza?
JIM ADKINS: Sempre! Toda vez que postamos alguma coisa nas redes sociais, sempre comentam “vem pro Brasil!”. Dá para saber que tem uma galera bem animada aqui e você percebe isso, o que é ótimo.

89FM: Quais foram as inspirações para a composição do álbum Integrity Blues?
JIM ADKINS: Quando terminamos nosso último álbum, o Damage, sentíamos que aquilo não era o melhor que poderíamos fazer, então decidimos dar uma pausa. Paramos por um ano para ficar sem fazer nada, coisa que nunca fazemos, o que foi muito bom para fazermos e pensarmos em coisas diferentes. Quando voltamos, estávamos com uma energia e paixão que não estávamos sentindo antes e isso resultou no Integrity Blues. Foi um processo muito bom e a gente se sentiu muito bem.

89FM: O Jimmy Eat World tem nove álbuns. Com tanto material, como conseguem se renovar e trazer coisas novas?
JIM ADKINS: Você precisa estar disposto a fazer algo bem ruim. Se você não está lançando algo que tem chance de falhar, você está jogando de forma muito segura. Para nós, se tem alguma inspiração que é fora da zona de conforto ou algo muito desafiador, sabemos que estamos no caminho certo. A banda está há 23 anos na estrada, então sabemos como cada um toca, a força de cada um…portanto quando temos uma música a gente simplesmente faz. Ás vezes precisamos estar conscientes de si mesmo e checar nossos instintos, para você saber se está fazendo algo por ser eficaz ou por ser o melhor que você pode fazer. Então constantemente checamos o que fazemos para saber se estamos dando nosso melhor ou fazendo algo que só concordamos.

89FM: Quando vocês escreveram a música “The Middle” já imaginavam que seria um grande sucesso?
JIM ADKINS: Nós não tínhamos ideia. Foi uma música que foi feita de forma muito rápida. Acho que quando você está trabalhando em algo muito criativo você se concentra mais do que algo que sai fácil. Quando você está fazendo algo que tem muitas dificuldades no final você pensa “nossa, eu consegui”, tem um sentimento de que “valeu mais a pena”. Ou seja, quando algo sai muito fácil o sentimento é que não é tão legal. Com “The Middle”, sentimos que aquilo era real, parecia ser algo certo, mas realmente não tínhamos ideia que transcenderia desse jeito.

89FM: Como surgiu a ideia do clipe de “The Middle” (o clipe mostra uma festa onde todos estão sem roupa e apenas as duas pessoas que estão com roupa se sentem deslocadas na situação)?
JIM ADKINS: O diretor Paul Fedor teve a ideia de um “outsider”. Sabe quando você está em sonho e aparece na escola sem roupas? Achamos que seria divertido essa ideia.

89FM: O Lollapalooza é um festival com várias atrações. O quão importante é para pessoas que vão ao festival terem a oportunidade de assistir algo que elas talvez nem comprariam um ingresso para ver?
JIM ADKINS: É uma grande ajuda para os músicos, especialmente para nós que nunca estivemos no Brasil. É uma ideia boa para as pessoas que talvez nem estariam aqui para ver outras atrações. Eu estaria curioso para saber porque querem assistir a gente e isso funciona para quaisquer outras bandas.

89FM: O Jimmy Eat World começou nos anos 1990. Quais são as maiores diferenças na indústria da música dessa época e atualmente?
JIM ADKINS: O mundo mudou de uma cultura de posse para a cultura do acesso. Você não é dono das coisas, você só tem acesso a elas. O streaming é bem mais utilizável do que comprar uma versão física de um álbum.

89FM: Incomoda você quando as pessoas usam o celular no show?
JIM ADKINS: Não é o jeito que eu gosto de assistir shows, mas sabe, quando você vê bilhões de celulares em pé você sabe que está fazendo algo bom.
RICK BURCH: As pessoas querem te incluir na vida delas e um jeito de documentar suas vidas é através do celular e parece que eles devem sacrificar sua experiência pessoal para ter algo para mostrar para os amigos.

89FM: Os Estados Unidos vão mudar com o Donald Trump como presidente?
JIM ADKINS: Acho que já mudou, de dois jeitos em uma única vez. Porque tem uma complacência que tem trazido uma agenda mais liberal e progressiva. Isso está se energizando de uma forma que eu nunca vi antes. Quer dizer, eu não me lembro de alguma vez que as pessoas estavam tão inclinadas para lutar contra algo que pode causar tantos danos.

89FM: O que é mais gratificante para vocês: o processo de criar músicas ou sair em turnê?
JIM ADKINS: Acho que os dois. Quando você está no meio do processo de fazer um álbum você pensa “mal posso esperar para tocar essas músicas ao vivo”, e quando você está no meio de uma turnê muito longa você pensa que vai ser ótimo poder voltar ao estúdio. Para nós, é muito bom ter essas temporadas de compor, voltar para casa e fazer turnês viajando o mundo. As duas coisas são incríveis, mas também podem ter suas frustrações. O estúdio as vezes é bem estressante, mas estar na estrada também é cansativo, você começa a querer ir para a “próxima” coisa as vezes.

89FM: Têm alguma música que vocês acham que as pessoas precisariam ouvir uma segunda vez? Alguma que não teve a repercussão que merecia?
ZACH LIND: Tem uma música no álbum Chase This Light que chama “Carry You”. Quando estávamos no estúdio eu sentia que ela era a melhor versão que tínhamos e me senti muito bem com essa música, ela realmente é legal.

89FM: Vocês gostariam de deixar alguma mensagem para os fãs brasileiros?
JIM ADKINS: Gostaríamos de agradecer os fãs brasileiros por apoiarem a gente e obrigado por deixarem claro para nós que vocês se importam. É sempre um dos lugares com as pessoas mais apaixonadas pelo que fazemos, a gente realmente gosta disso e estamos mais que felizes por estarmos aqui e tocarmos.

Equipe de reportagem da 89FM no Lollapalooza Brasil 2017: Beatriz Sato, Gabriel Moraes, Karla Galvão, Luciana Aguillar, Pamela Espíndola, Pamela Júcio, Richard Rafterman, Wendell Correia, Yuri Danka.



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