89 fala com Twenty One Pilots
A 89 conversou com Tyler Joseph e Josh Dun, da banda Twenty One Pilots.
Os caras fizeram uma incrível estreia no Brasil tocando no festival Lollapalooza 2016.
Tyler destacou a emoção de tocar no Brasil pela primeira vez e revelou o significado do nome do grupo.
Já Josh Dun, opinou sobre os benefícios e desafios da distribuição de música através da internet.
Utilize o player abaixo e ouça a entrevista completa da 89:
E aqui a transcrição do nosso papo com Tyler Joseph e Josh Dun:
89: É a primeira vez da banda no Brasil. Como é isso para vocês?
Tyler Joseph: Sim, é a nossa primeira vez no Brasil e nossos fãs podem esperar que vamos dar tudo o que nós tivermos. Estamos bem animados para tocar no Brasil já faz um tempo. É um ótimo momento.
89: Qual é a importância de fazer um show ao vivo comparado com o trabalho em estúdio?
Josh Dun: Eu acho que desde o começo, antes mesmo de escrever e pensar em gravar as músicas, eu já tinha o pensamento no show ao vivo. Começamos como uma banda local de Ohio e tocar ao vivo é a única coisa que se destaca em uma cena local. Nós sempre fizemos disso nossa prioridade.
89: Como é deixar de ser uma banda local de Ohio e ser um sucesso internacional?
Tyler Joseph: A gente não sente diferença, ainda é apenas eu e o Josh, somos bons amigos e agora temos a chance de viajar e conhecer lugares novos. Mas nossos shows ao vivo tem a mesma convicção que sempre teve, e agora só tocamos para mais pessoas e em culturas diferentes. Fora isso, não mudou muita coisa, ainda somos nós.
89: Vocês podem nos contar um pouco sobre o significado do nome “Twenty One Pilots”?
Tyler Joseph: Eu estudava uma peça na escola que chamava “All My Sons”, do Arthur Miller, onde o protagonista fabricava peças de avião para a guerra da época, e ele percebe que algumas partes estão defeituosas e ele tem que tomar a decisão de substituir as peças ou mandá-las assim mesmo. A decisão certa seria substitui-las, mas ele decide mandá-las assim mesmo para ganhar mais dinheiro. E isso causa a morte de vinte e um pilotos. O jeito que nós tomamos isso como uma lição, como banda ou individuo, é que sempre há decisões a serem tomadas. Algumas te levarão ao sucesso rápido ou a ganhar mais dinheiro, mas a nossa decisão seria não ir nessa direção. Nossa carreira tem se baseado no nome da banda, para nos lembrar de tomar sempre a decisão certa, mesmo que isso leve mais tempo ou mais trabalho, pois isso sempre traz uma recompensa no final.
89: O som da banda é único. Como vocês acham que esse som e a indústria musical de hoje estão se relacionando?
Tyler Joseph: Eu e o Josh gostamos do que estamos fazendo, e estamos fazendo o que nós gostamos. É surpreendente como há artistas que não gostam do que fazem, que não gostam nem de ouvir o que criam, não estão nem aí para isso. Eu e o Josh realmente amamos esse gênero de música, gostamos de todos os tipos de música. Hoje, nossa canção reflete as crianças que tem um laptop e podem criar músicas a partir de nada e tem acesso a qualquer som que elas queiram, e nós talvez sejamos um desses resultados.
89: Você acha que a internet está mudando o jeito que as pessoas estão criando e distribuindo música?
Josh Dun: Eu acho que ter uma plataforma como a internet para distribuir e compartilhar suas músicas pode ser um pouco mais criativo e experimental algumas vezes, porque você cria o seu próprio jeito de distribuir as músicas, especialmente se você está começando. Você pode criar o que quiser e colocar na internet, não é tão difícil assim. A parte interessante é que hoje é muito mais fácil de descobrir coisas novas, então parece que existe mais música do que nunca. Acho que esse é o grande desafio.
89: Vocês podem falar um pouco sobre o último álbum que vocês lançaram, o Blurryface?
Tyler Joseph: Nós estávamos em turnê quando gravamos o álbum e quando eu ouço o Blurryface eu sinto essa influência. Fazíamos shows todas as noites e depois voltávamos para o ônibus ou para o quarto e começávamos a compor e gravar. O “ao vivo” nos influenciou muito também, então queríamos criar um álbum que fizesse sentido ao vivo, que se traduzisse no show, e analisando isso agora eu acho que conseguimos. Hoje muitas bandas não ficam tão animadas para tocar ao vivo, mas nós ficamos animados todas as noites porque amamos o que tocamos. São músicas que fazem sentido para nós. Somos só dois no palco e pode parecer até difícil fazer isso ter sentido, mas para nós faz, e estamos orgulhosos desse álbum.
89: Em 2011 vocês passaram por um período difícil como banda. Em algum momento vocês pensaram que não daria certo?
Tyler Joseph: Nós tivemos outros caras na banda, mas em 2011 eles não faziam mais parte dela, e naquela época ninguém sabia quem éramos. Então não foi algo que repercutiu muito. Os cinquenta fãs que nós devíamos ter na época ficaram curiosos para o que poderia acontecer, mas não foi nada demais. Quando se tornou apenas o Josh e eu, foi aí que as coisas começaram a acontecer de um jeito que não tinha mais volta. Nós fizemos muita coisa para chegar onde chegamos. O Twenty One Pilots que você vê hoje é o mesmo desde a mudança. É assim que eu penso em relação a isso.